O objetivo é encontrar soluções para as necessidades dos participantes
RIO – A crise econômica do país anda tirando o sono de muitos empresários. Como alternativa para driblar o cenário negativo, um grupo de 15 pessoas tem se reunido, na Barra, para trocar experiências e cooperar com os negócios uns dos outros. Trata-se do Clube do Networking, uma iniciativa que tem o objetivo de reunir necessidades e soluções numa espécie de análise de grupo, de forma leve e descontraída. Sem neuras.
— Tenho uma agência de comunicação com um sócio há 16 anos, e a maioria dos nossos clientes foram indicados por pessoas para quem já havíamos trabalhado. Vivíamos muito desse trabalho de boca a boca do nosso serviço e quase não precisávamos prospectar. De uns três anos para cá, começamos a tentar encontrar a fórmula para fazer com que as indicações pudessem acontecer com mais frequência. Durante um ano, fomos a eventos de networking. Mas se tivemos 1% dos resultados, foi muito. Depois de uma pesquisa mais aprofundada sobre modelos aplicados fora do país e em outros estados, conseguimos chegar a um projeto que, hoje, é o clube. Já estamos na oitava edição — comenta o publicitário Maurício Cardoso, idealizador do projeto.
Em 12 encontros semanais, 15 empreendedores de áreas distintas descobrem afinidades que nem sonhavam em ter. Como aconteceu com Adriana Vale. Ela é dona de uma empresa de marketing e, numa conversa informal — o que costuma ser proposto nos encontros — descobriu que uma grafóloga buscava uma oportunidade com um profissional da sua rede de amigos.
— Nunca imaginei que poderia ajudar uma pessoas que trabalha com análise da escrita. Mas isso é o bom do clube. Descobrimos oportunidades onde nunca iríamos procurar. Esse é o terceiro clube do qual participo. Além de conhecer novos profissionais e oportunidades de negócios, a gente estreita ainda mais os laços com as pessoas que também estão participando novamente — diz Adriana.
Para Maurício, esse estreitamento de laços acontece graças à confiança que um participante adquire no outro. Por isso, uma das regras do clube é não ter concorrência.
— A gente só confia em quem a gente conhece bem. Não tem como pessoas representantes de empresas que atuam no mesmo segmento descobrirem as fraquezas umas das outras. E esconder o jogo foge à proposta do clube — explica Maurício, acrescentando que, nos encontros, ele desconstrói a ideia que as pessoas têm de networking. — Costumo falar que não basta colecionar conhecimentos. É preciso unir alguém que tem algo para oferecer a quem precisa. E isso a gente promove ali.